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Como trabalhar cognição social no Transtorno do Espectro Autista

08/04/2021

Trabalhar a cognição social é essencialmente estimular habilidades sociais que são regras e/ou costumes que orientam nossas relações interpessoais. Alguns exemplos: olhar nos olhos, compartilhar objetos, saber o momento de falar e de escutar em uma conversa, aprender a gerenciar as próprias emoções, entender como os outros se sentem etc.

No Transtorno do Espectro Autista (TEA), essas habilidades precisam ser ensinadas/treinadas por meio de estratégias– que, idealmente, envolverão família, equipe multidisciplinar e escola – e do uso de reforço positivo. Algumas estratégias eficientes:

🧩Utilização de histórias sociais que mostrem um passo-a-passo acessível a respeito de comportamentos esperados para a resolução de problemas do dia a dia;
🧩Uso de situações cotidianas para estimular a Teoria da Mente. Ex.: a criança com TEA briga com um colega e tem dificuldade em entender que ele não gostou do que aconteceu. A melhor estratégia é chamar o colega e pedir que ele explique o que sentiu diante da briga. Isso é essencial para ajudar no processo de compreensão sobre o que o outro pensa e predizer comportamentos (habilidade que precisa ser estimulada no TEA).
🧩Utilização de histórias sociais associadas a perguntas que ajudem a compreender Teoria da Mente.
🧩Utilização de fotos/imagens para reconhecimento das emoções (“triste”, “feliz”, “com medo”). Respeitar a etapa do aprendizado em que a criança se encontra, para explicar o que causou cada emoção – trabalhando, como ex., Estilo de Atribuição (capacidade de conseguir estabelecer relação de causa e efeito).
🧩Brincadeiras em grupo, onde, junto aos pares, será possível estimular, na prática, as mais diversas habilidades sociais (como cumprimentar, olhar nos olhos, compartilhar, esperar a vez, momento de escutar e de falar etc.).
🧩Uso adequado de vídeos e/ou jogos online que ajudem a compreender linguagem corporal e comunicação de forma geral.

Essas são apenas dicas gerais, pois as estratégias deverão ser elaboradas de maneira individual após avaliação do repertório da criança com TEA, respeitando suas particularidades.

Dra. Deborah Kerches

Dra. Deborah Kerches
Neuropediatria e Saúde Mental Infantojuvenil
Especialista em Transtorno do Espectro Autista (TEA)

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