Em torno de 20-30% das crianças com Transtorno do Espectro Autista apresentam macrocefalia (perímetro cefálico no gráfico de crescimento acima do percentil 97).
Um aumento da taxa de crescimento do perímetro cefálico (PC) é encontrado em até 70% das crianças com TEA no primeiro ano de vida, mas nem todas se tornam macrocefálicas.
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Em 1943, quando o TEA foi descrito pela primeira vez por Leo Kanner, alguns relatos já sugeriam que algumas crianças com TEA apresentavam aumento do PC.
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A associação entre macrocefalia e TEA sugere que os mecanismos relacionados ao crescimento neuronal excessivo possam contribuir para a patogênese do TEA.
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Cerca de 20% das pessoas com TEA e macrocefalia apresentam mutações heterozigotas no gene PTEN.
No artigo “PTEN Mutations Alter Brain Growth Trajectory and Allocation of Cell Types through Elevated β-Catenin Signaling” publicado no J.Neurociescence, os autores descreveram que mutações no gene PTEN (relacionado a risco para TEA) levam a um excesso de produção de neurônios e células gliais e crescimento cerebral excessivo.
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Em um outro estudo publicado em janeiro de 2020 na Cell Stem Cell, “Increased Neural Progenitor Proliferation in a hiPSC Model of Autism Induces Replication Stress-Associated Genome Instability”, os autores descobriram que células progenitoras neurais derivadas de células-tronco cerebrais pluripotentes de pessoas com macrocefalia e TEA proliferam mais rapidamente levando a um maior crescimento cerebral além de exibirem extresse de replicação celular o que gera mais danos ao DNA, podendo ser uma fonte de mutações associadas ao TEA, porém ainda não se sabe quanto desse dano pode ser reparado antes das células amadurecerem em neurônios adultos e quanto disso leva a mutações duradouras.
Fontes : https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6605343/
https://doi.org/10.1016/j.stem.2019.12.013