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Por que crianças autistas são mais vulneráveis a acidentes domésticos?

15/01/2024

Algumas particularidades do Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem tornar crianças autistas mais vulneráveis a acidentes domésticos – o que exige cuidados redobrados dos pais/cuidadores, especialmente neste período de férias escolares.

Déficits na linguagem receptiva, dificuldades em interpretar o ambiente, por exemplo, podem fazer com que muitas delas não compreendam o perigo existente em determinadas situações, tampouco quando simplesmente dizemos “não pode mexer nisso ou naquilo”.

Vale lembrar ainda que alguns autistas, devido a alterações no processamento sensorial, podem apresentar baixa sensibilidade à dor. Nesse sentido, a criança pode, por exemplo, estar se machucando com um objeto cortante, ou, ainda, se queimando ao mexer numa panela, e demorar para começar a sentir dor de forma significativa.

Nesse sentido,
é essencial que existam barreiras que impeçam ações perigosas, como:

– Manter janelas e escadas com redes de proteção ou grades;
– Tirar móveis perto das janelas para evitar que subam nas mesmas;
– Guardar em local totalmente seguro (alto e/ou trancado) substâncias perigosas, como remédios, cosméticos e produtos de limpeza;
– Guardar em local seguro objetos cortantes, como facas, tesouras etc.;
– Colocar protetores nas tomadas;
– Nunca deixar carregadores eletrônicos nas tomadas sem estarem sendo usados;
– Nunca deixar a criança sozinha brincando em banheiras, baldes cheios de água;
– Bloquear o acesso à piscina, se houver, e nunca deixá-la sozinha nesse espaço;
– Bloquear o acesso à cozinha com portões, para que a criança faça isso somente monitorada por um adulto.

Essas são dicas gerais, pois as medidas preventivas também devem levar em conta particularidades de cada criança e da casa.

Dra. Deborah Kerches

Dra. Deborah Kerches
Neuropediatria e Saúde Mental Infantojuvenil
Especialista em Transtorno do Espectro Autista (TEA)

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