Cerca de 44 a 50% das pessoas com Transtorno do Espectro Autista apresentam Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) associado e destas, aproximadamente 84% recebem mais 1 diagnóstico comórbido.
.
TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento com forte influência genética, início na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a vida. Caracteriza-se por desatenção, inquietude e impulsividade. É o transtorno mais comum na infância, com sintomas que por vezes se sobressaem a algum prejuízo na comunicação/interação social e comportamento, especialmente naqueles com TEA nível 1, atrasando o diagnóstico de autismo por anos, em alguns casos.
.
Na associação TEA e TDAH há maior incidência e dificuldades em relação a comportamentos problema e funções executivas como prejuízos na atenção dividida, sustentada e compartilhada; hiperfoco; memória de curto prazo; flexibilidade mental; em estabelecer metas, antecipar, esboçar planos, escolher o momento adequado para iniciar uma ação, se automonitorar e se regular e na resolução de problemas.
Sintomas de TDAH podem comprometer ainda mais as habilidades sociais de pessoas com TEA por desatenção a sinais sociais e impulsividade.
.
É importante considerar o diagnóstico diferencial de desatenção e hiperatividade no contexto dos comprometimentos da comunicação, comportamento e hiperfoco que frequentemente acompanham o espectro autista. Crianças, adolescentes e adultos com TEA apresentam, por ex, prejuízos no contato visual, na reciprocidade social, na comunicação como um todo que podem fazer com que pareçam mais desatentos, assim como dificuldades na compreensão e interpretação do outro e do ambiente podem levar a comportamentos de aparente desinteresse e fuga, o que pode ser interpretado, também, como desatenção e hiperatividade. Podem ainda ter hiperfoco em seus interesses restritos e se distrair com o ambiente e outros repertórios.
O tratamento envolve intervenções comportamentais, treino de habilidades sociais, suporte escolar e familiar e tratamento medicamentoso, quando necessário.
Síndrome do X Frágil e autismo
A Síndrome do X Frágil é uma condição do neurodesenvolvimento, genética, de caráter dominante e hereditária,geralmente associada ao Transtorno do Espectro Autista. Ocorre por alteração no gene FMR1 (Fragile Mental Retardation-1) localizado no cromossomo X, sendo mais...
