A ansiedade de separação é decorrente de um medo intenso, exagerado de se separar, perder uma pessoa importante do seu vínculo, geralmente um dos pais ou cuidador (mais frequentemente a mãe).
A prevalência em crianças e adolescentes é de 4% e mais em meninas. Se inicia antes dos 18 anos e tem duração mínima de 4 semanas.
A dificuldade com a separação é relativamente comum entre crianças de 8 meses a 2 anos, mas tende a desaparecer conforme a criança amadurece e entende que a separação é pontual, que os seus pais ou outra pessoa de vínculo importante irão retornar, porém quando crianças e adolescentes se tornam tão ansiosos quando distantes da pessoa do vínculo, a ponto de trazer sofrimento e prejuízos significativos sociais, escolares, familiares ou persistir além dessa idade e/ou ressurgir em outra fase da vida da criança, o quadro merece atenção.
Sinais de alerta – sofrimento excessivo e recorrente, queixas físicas repetidas, medo exagerado, recusa em ir para escola ou outro lugar mesmo que prazeroso frente à possibilidade de se separar da pessoa de grande vínculo/apego; distúrbios de sono como insônia, pesadelos sobre separação, medo de dormir e ficar sozinho mesmo que em um cômodo da casa mas longe da pessoa de apego; preocupação persistente que um evento indesejado possa separar dessa pessoa.
Predisposição genética, fatores ambientais e biológicos estão relacionados às causas. É importante avaliar ambientes familiares estressantes, com pessoas ansiosas e situações traumáticas já que a criança aprende a se comportar de acordo com experiências vivenciadas.
O tratamento envolve terapia comportamental, ajuste e apoio familiar, conscientizar pais e familiares da importância de mudar seus comportamentos ansiosos, temerosos e preocupações excessivas e incentivar seus filhos a desenvolverem maior autonomia para lidar com seus sentimentos, medos e inseguranças promovendo um ambiente seguro, em que se sintam amparados, confiantes e amados e que, ao mesmo tempo, possam se expressar sem julgamentos.