Agradeço o convite da @gazeta_de_piracicaba para participar da matéria de hoje sobre o Transtorno do Espectro Autista.
O diagnóstico precoce é de extrema relevância para que possibilite uma intervenção adequada e individualizada.
Muito precocemente, o bebê que apresenta risco para desenvolvimento do Espectro autista, já apresenta alguns sinais, como não olhar ou evitar os olhos da mãe ao ser amamentado, não se acalmar no colo, chorar ou ser quieto demais e não demandar atenção da mãe. Em torno de 4 meses, esse bebê não costuma retribuir um sorriso social, continua não olhando ou evitando contato visual, pode se interessar mais por um objeto do que por alguém e, eventualmente, pode-se presenciar algum atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. É um bebê que no decorrer desse primeiro ano de vida, não costuma responder às tentativas de interação e não tenta manter uma relação prazerosa. Por vezes, podem apresentar uma marcha na ponta dos pés e, quase sempre, atrasos de linguagem. A seletividade alimentar pode aparecer desde muito cedo e também a resistência à mudanças de rotina. Por volta dos 3 anos, pode ocorrer perda de habilidades já adquiridas. Na fase escolar , fica mais evidente a inabilidade em entender o abstrato, ironias ou piadas. Muitos não vão desenvolver a linguagem verbal , vão apresentar déficits intelectuais leves a severo e as estereotipias, rituais, interesses restritos podem mudar ao longo da vida. Auto/hetero agressividade, irritabilidade, costumam estar presentes e podem decorrer do fato deles não conseguirem se comunicar ou se expressar por alguma contrariedade ou incômodo, medo, insegurança. Oferecer algo que o(a) tranquilize como um objeto preferido, não elevar a voz, tentar manter a calma, abraçar se for possível, pode ajudar. É importante ensinar desde cedo a se comunicar seja com palavras, gestos, imagens.