Hoje, Dia dos Namorados, vim falar sobre relacionamentos amorosos no TEA. Muitos desejam essa relação e têm o direito de vivê-la. Alguns, no nível mais severo, podem não compreender sobre estes relacionamentos embora possam sentir desejo. Outros, mais funcionais, já na pré-adolescência, começam a ter interesses nestas questões e é importante conversar sobre desejos, sexualidade, flerte, responsabilidades, família e orientar sobre gravidez indesejada, sexo seguro, o que é ou não permitido em público/privado e sobre como superar seus desafios. Isso contribui para maior amadurecimento e autoestima. Algumas particularidades do TEA podem dificultar um relacionamento, como dificuldades em interpretar “jogos de sedução”(por serem mais literais e terem dificuldade em interpretar sutilezas/códigos sociais) e até mesmo questões sensoriais e/ou interesses restritos. Tudo pode ser trabalhado de acordo com as particularidades de cada um. Quanto mais precoce tiver sido a intervenção, melhores os resultados no sentido de proporcionar maior autonomia, domínio das próprias ações/emoções e de interpretá-las no outro.
Todos nós nos relacionamos com pessoas diferentes. Se relacionar é dividir dificuldades, preocupações e, ao mesmo tempo, compartilhar a própria vida e rotina com outra pessoa que tem pensamentos, hábitos diferentes do nosso. Se relacionar é encontrar o equilíbrio, partindo do pressuposto que não existe certo e errado, encontrando assim a medida ideal do casal. Isso nos proporciona um aprendizado diário que envolve maturidade, paciência e muita disposição.
No caso das pessoas com TEA em especial, é essencial que o(a) companheiro(a) seja cúmplice e busque compreender melhor o autismo, ir junto a terapias etc.
Relacionamento é decisão e, quando ambos estão dispostos a fazer dar certo, flui melhor. Relacionamentos amorosos saudáveis e baseados no respeito não só são possíveis para pessoas com TEA, como também são enriquecedores.