🧠Há particularidades no funcionamento cerebral feminino e comportamentos que impactam na apresentação das características do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e justificam por que o diagnóstico costuma ser mais tardio em meninas.
🧠Estudos sugerem que o cérebro feminino conta com uma densidade maior de neurônios no lobo temporal, área diretamente relacionada a questões perceptivas, cognitivas e emocionais que encontram-se comprometidas no espectro do autismo.
No lobo temporal, a área facial fusiforme é responsável pelo reconhecimento e distinção de expressões faciais, essenciais para compreender estados mentais e predizer o comportamento do outro. O giro temporal superior, por vez, está relacionado com o processamento de informações auditivas e interpretação da fala; já o giro temporal inferior, está relacionado a determinadas caraterísticas da fala, como o controle da entonação, intensidade e melodia (ex.: pelo tom e entonação da voz, compreendemos o estado mental do outro).
Outra característica é a amigdala cerebral (relacionada a respostas emocionais e comportamentos mais impulsivos, instintivos) ser um pouco menor do que no cérebro masculino – possível explicação para o fato de meninas apresentarem menos sintomas externalizantes, que acabam por chamar mais atenção, como agressividade, inquietude e comportamentos inapropriados em geral.
No cérebro feminino, o hipocampo costuma ser maior. E essa estrutura está relacionada à memorização das experiências vividas e, também, com o que sentimos em relação a elas, o que explicaria menores prejuízos emocionais e sociais (mas não menos relevantes), além de uma capacidade de aprendizado mais preservada.
🧠Tudo isso faz com que o cérebro feminino seja naturalmente mais social, flexível, com maior capacidade de imitação, empatia e para habilidades sociais esperadas nos relacionamentos interpessoais. Consequentemente, explica o porquê de alguns sinais do TEA nível 1 (leve) de suporte ficarem mais mascarados entre meninas, adolescentes ou adultas.