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Critérios diagnósticos para o Transtorno de Oposição Desafiante (TOD)

09/08/2021

É importante conhecer os critérios diagnósticos para o Transtorno de Oposição Desafiante (TOD) porque muitos comportamentos inapropriados têm sido diagnosticados como TOD equivocadamente. De acordo com o DSM-5 são:

✅A. Padrão de humor raivoso/irritável, de comportamento questionador/desafiante ou índole vingativa
com duração de ao menos 6 meses, com ao menos 4 sintomas seguintes, na interação com pelo menos um indivíduo que não seja um irmão.

Humor Raivoso/Irritável – Com frequência:
1. Perde a calma.
2. É sensível ou facilmente incomodado.
3. É raivoso e ressentido.

Comportamento Questionador/Desafiante – Frequentemente:
4. Questiona figuras de autoridade ou, no caso de crianças e adolescentes, adultos.
5. Desafia ou se recusa a obedecer regras ou pedidos de figuras de autoridade.
6. Incomoda deliberadamente outras pessoas.
7. Culpa outros por seus erros ou mau comportamento.

Índole Vingativa
8. Foi malvado ou vingativo pelo menos 2 x nos últimos 6 meses.

Exceto se preencher o critério A8; em menores de 5 anos, o comportamento deve ocorrer na maioria dos dias, no mínimo por 6 meses e em maiores de 5 anos, deve ocorrer pelo menos 1x por semana no mínimo 6 meses.
A frequência e intensidade dos comportamentos estão fora do esperado para o nível de desenvolvimento.

✅B. Está associada a sofrimento para o indivíduo ou para os outros em seu contexto social ou causa prejuízos no funcionamento social, educacional, profissional ou outras
áreas importantes da vida do indivíduo.

✅C. Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante o curso de qualquer outro transtorno.

✅Níveis de gravidade:
Leve: Os sintomas limitam-se a apenas 1 ambiente.
Moderada: sintomas presentes em pelo menos 2 ambientes.
Grave: presentes em 3 ou mais ambientes.

✅A prevalência varia de 1-11%, média de 3,3% e é mais prevalente em meninos 1,4:1 antes da adolescência. Pode se apresentar como comorbidade do TEA, TDAH, entre outras condições ou transtornos do neurodesenvolvimento.

✅O tratamento consiste em terapia comportamental, suporte familiar e escolar, e, em alguns casos, farmacoterapia associada.

Dra. Deborah Kerches

Dra. Deborah Kerches
Neuropediatria e Saúde Mental Infantojuvenil
Especialista em Transtorno do Espectro Autista (TEA)

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