A luz azul emitida pela maioria das telas (tablets, celulares, computadores) contribui para prejuízos na secreção (produção e liberação) da melatonina, hormônio que regula o ciclo do sono e da vigília, além de participar da reparação cerebral, atuar na regulação de alguns hormônios, na imunidade e no desenvolvimento como um todo.
A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal, localizada no cérebro e sua secreção está relacionada com a baixa luminosidade do ambiente. Todos nós temos receptores visuais que levam informações do ambiente externo para o nosso cérebro. Quando começa a escurecer, o cérebro recebe essa informação e começa a secreção de melatonina, que vai auxiliar na indução do sono. Porém, diante da luminosidade da tela (especialmente quando muito próxima aos olhos), o cérebro não recebe esta informação adequadamente.
Os prejuízos não se restringem apenas a um sono de baixa qualidade. O uso excessivo de telas (luminosidade) próximo à hora de dormir pode ocasionar, além de distúrbios de sono, irritabilidade, déficits atencionais e de memorização, comprometimentos no rendimento acadêmico, no crescimento e desenvolvimento.
Isso tudo porque o fato de não dormir bem impede que alguns hormônios que agem durante o sono ajam de forma adequada. Com isso, são notados efeitos a curto e, também, a longo prazo, como, por exemplo, diminuição da sensação de saciedade, predispondo à obesidade, entre outros pontos.
Trazer esse assunto à tona nunca foi tão importante como agora, pois, em meio à pandemia, inevitavelmente e infelizmente, muitas crianças têm utilizado mais as telas, agravando as consequências dessa exposição.
Por isso, é essencial que os responsáveis cuidem para que essa utilização seja adequada (em relação ao número de horas e conteúdo) e que a criança não seja exposta a telas antes de dormir (preferencialmente 1 a 2 horas antes).