Hiperfoco pode ser definido como uma forma intensa de concentração em um mesmo assunto, tópico ou tarefa e é bastante frequente em pessoas com transtorno do espectro autista(TEA), sendo um padrão de comportamento restrito e repetitivo. O hiperfoco também pode estar presente em outras condições como TDAH.
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Podem ser alvo do hiperfoco: músicas, livros, filmes, um personagem, letras, números, uma disciplina, entre outras infinitas possibilidades.
O cérebro no autismo é hiperexcitado então o hiperfoco pode ser um refúgio durante o estresse, situações desconfortáveis ou momentos de ociosidade.
Há aspectos positivos em se ter um hiperfoco, desde que ele seja explorado corretamente. O hiperfoco pode ajudar a desenvolver novas habilidades, pode ainda se tornar a própria profissão da pessoa, além de ser um importante meio de aumentar a autoestima (já que saber que se é bom em algo é encorajador). Um hiperfoco em filmes, por exemplo, pode ser o ponto de partida para uma pessoa com TEA desenvolver sua habilidade de escrita e escrever um roteiro de filme quando adulto.
Muitos profissionais e educadores utilizam o hiperfoco da criança com TEA a favor de sua educação e aquisição de novas habilidades e aprendizados.
O cérebro incorpora novos aprendizados através de redes neuronais de preferência que vão se firmando através de experiências vividas com significado e/ou repetidas; a estratégia deve ser então no sentido de agregar a estas redes formadas através do hiperfoco, novas informações, ampliando o interesse e o conhecimento da criança. Isso deve ser feito através de atividades interessantes, motivantes e reforçadoras.
É importante ressaltar que o hiperfoco não deve ser utilizado como uma estratégia para manter a criança quieta, entretida, longe do contexto social – o que acabaria por restringir ainda mais o repertório de interesses, anulando oportunidades de contato com outros temas e atividades.