No TDAH ocorre um prejuízo em regular a própria atenção, dificuldade em prestar atenção voluntariamente e no gerenciamento de tempo. Não só a distração, mas também o hiperfoco pode ser observado em algumas pessoas com Déficit de Atenção e Hiperatividade.
O cérebro no TDAH apresenta níveis de dopamina mais baixos. A dopamina é um neurotransmissor que atua no sistema de recompensa imediata, motivação e prazer. Dessa forma, o controle atencional de pessoas com TDAH está diretamente relacionado a experiências prazerosas e de grande importância emocional.
Crianças, adolescentes e adultos com TDAH, quando estão fazendo algo muito prazeroso e com o que se sentem psicologicamente recompensados, podem acabar persistindo neste comportamento, resultando em hiperfoco. Mudar o foco fica ainda mais difícil se for para atividades desinteressantes e entediantes. Quando se está em hiperfoco há uma inflexibilidade cognitiva e a pessoa pode permanecer por horas assim até que algo tão interessante quanto o que desencadeou o hiperfoco chame a atenção, ou até exaustão ou alguma frustração.
Isso explica como pessoas com TDAH podem passar horas hiperconcentradas jogando vídeo game, trabalhando em um projeto, por exemplo, e não conseguem prestar atenção em outras coisas ou situações menos interessantes a ele.
Algumas dicas para gerenciar o hiperfoco na criança com TDAH são: montar um cronograma para controle de atividades que tendem a resultar em hiperfoco (ex.: televisão, videogame); utilizar-se de marcações de tempo finais, como, por exemplo, o final de um filme, como um sinal de que determinada ação chegou ao fim e que agora é momento de partir para outra; sempre promover atividades que estimulem a criança a conviver socialmente (evitando o isolamento).