Maturação funcional do cérebro social em recém-nascidos com e sem histórico familiar de transtorno do espectro autista.
O objetivo deste estudo foi avaliar como se dá a maturação funcional dos circuitos cerebrais sociais em recém-nascidos (RN) com história familiar de Transtorno do Espectro Autista em parente de primeiro grau.
Foi um estudo de coorte com 36 RN sendo 18 com risco familiar para TEA (R +) em comparação com neonatos sem histórico familiar (R-). Todos foram submetidos à ressonância magnética funcional. Foi comparado a atividade neuronal síncrona em regiões do cérebro ligadas à função social (áreas avaliadas: cíngulo anterior, cíngulo posterior, ínsula, sulco temporal superior posterior, fusiforme anterior, fusiforme posterior, parietal).
Resultados: Os neonatos R + apresentaram níveis significativamente mais altos de atividade síncrona no fusiforme posterior direito (t = 2,48; P = 0,04) e córtices parietais esquerdos (t = 3,96; P = 0,04), porém nestes RN R +, os níveis de atividade síncrona diminuíram entre 39 e 45 semanas de idade pós conceptual (IPC) enquanto os níveis de atividade síncrona aumentaram nos bebês R- no mesmo período.
📌Conclusões: É necessária uma atividade neuronal síncrona para o amadurecimento das redes neuronais funcionalmente conectadas. Este estudo constatou que em RN humanos, ter um parente de primeiro grau com TEA está associado a níveis mais altos de conectividade funcional local, porém com o aumento da idade pós conceptual (aprox 39-45 sem), há um prejuízo nestes circuitos cerebrais inteconectados em áreas responsáveis pelo processamento de informações sociais de ordem superior que estão ligadas ao comportamento social.
Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30951164/