Neurodesenvolvimento envolve o desenvolvimento do sistema nervoso e sua interação com o meio desde as fases mais iniciais e inclui competências motoras, sensoriais, de linguagem e comunicação, comportamentos, competências cognitivas verbais e não verbais, afetos e emoções.
Os anos iniciais do desenvolvimento estabelecem a arquitetura básica, o funcionamento e conexões cerebrais e seus prejuízos irão impactar no desenvolvimento da saúde física e mental, no comportamento e aprendizagem nas mais diversas áreas ao longo da vida.
O neurodesenvolvimento é complexo e envolve fatores genéticos e ambientais que já começam a interagir intraútero.
Os fatores genéticos podem ser herdados ou não.
Fatores ambientais intraútero como alterações placentárias, nutricionais, medicações/substâncias tóxicas, infecções, inflamações, distúrbios endocrinológicos, traumas, estresse, interagem diretamente com os genes podendo favorecer o desenvolvimento de condições ou transtornos do neurodesenvolvimento, assim como malformações.
É fundamental que a gestante cuide de sua alimentação com dieta equilibrada, boa ingesta hídrica e suplementação de ácido fólico (em dose adequada) no primeiro trimestre e de DHA (docosahexaenoico) contido no ômega 3, especialmente no último trimestre.
Estímulos transmitidos ao cérebro pelos circuitos sensoriais através de experiências vivenciadas nos períodos pré e pós-natal e nos demais estágios da vida, fazem alterações epigenéticas na função neuronal e circuitos neurobiológicos influenciando o desenvolvimento em todas as áreas e em todas as fases.
As experiências vivenciadas irão ter impacto no comportamento, QI (quociente intelectual) e em qualquer outra área.
Há heterogeneidade na resposta das pessoas a riscos, com respeito a diferenças na probabilidade do desenvolvimento de transtornos. Um mesmo estressor pode adquirir proporções devastadoras em um indivíduo, enquanto em outro pode promover o crescimento e fortalecimento pessoal.