No contexto do Setembro Amarelo, é essencial destacarmos que adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam 11 a 14% mais chances de tentativas de suicídio e suicídio propriamente dito quando comparados aos pares com desenvolvimento típico.
Um fator relacionado a esse risco aumentado é o próprio fato de condições de saúde mental concomitantes serem mais prevalentes na população com TEA, como transtornos ansiosos, depressão, transtorno obsessivo compulsivo, entre outras.
O autoextermínio é mais comum entre pessoas com TEA que estão no nível 1 (leve), isso porque estas possuem maior consciência sobre suas dificuldades diante da vida em sociedade e, muitas vezes, sentem forte cobrança para que se comportem de maneira considerada “normal”. Não é fácil tentar se adequar socialmente e não ser aceito como é.
Os desafios em se relacionarem com os pares, a possibilidade de bullying e/ou de exclusão podem fazer com que a pessoa com TEA sinta que sua dor é insuportável e interminável, o que pode levá-la ao desejo de tirar sua própria vida.
Esta questão merece ainda mais atenção na adolescência, fase em que, especialmente naqueles mais funcionais, costuma haver o desejo maior em se vincularem e pertencerem a algum grupo social.
Profissionais da saúde, familiares e pessoas do convívio devem estar atentos a qualquer mudança comportamental que alerte para sofrimento psíquico.
Nem toda pessoa (estando no espectro ou não) faz ameaças sobre se suicidar e/ou demonstra esse intuito (os sinais podem ser sutis); ao mesmo tempo, fala e comportamento sobre ideação suicida devem ser valorizados.
A avaliação cuidadosa da saúde mental é um componente essencial nos cuidados com todas as pessoas, especialmente em adolescentes e adultos com TEA. Um olhar humanizado, uma investigação criteriosa, além de acolhimento e amor podem salvar vidas!