Quando falamos em Transtorno do Espectro Autista, logo alertamos para a importância do diagnóstico e intervenções precoces, pensando, sobretudo, em aproveitar as janelas de oportunidades da primeira infância, período em que o cérebro se encontra mais “plástico” (ou seja, com maior capacidade de se reestruturar, moldar e aprender).
Especialmente nos 2 primeiros anos de vida, nosso cérebro está em atividade intensa, fazendo novas conexões e circuitos cerebrais. Para se ter uma ideia, um bebê possui mais do que o dobro de sinapses/conexões (responsáveis pela transmissão de “informações” entre neurônios, células musculares e glandulares)e de 5 a 10 vezes mais neurônios do que um adulto.
Essa fase deve ser aproveitada ao máximo para que a criança possa ser estimulada adequadamente e incorporar de maneira consistente os aprendizados.
Sinais de alerta – 2 primeiros anos de vida
Para um diagnóstico precoce, é importante que os pais/cuidadores e profissionais envolvidos com a criança estejam atentos a alguns sinais de alerta para o TEA que podem se manifestar nos 2 primeiros anos de vida, como:
🚨Prejuízos no contato visual, que pode ser observado já nos primeiros meses de vida;
🚨Ausência do sorriso social por volta dos 2 a 4 meses;
🚨Não apresentar reação antecipatória aos 4 meses (não levantar os bracinhos para ser carregado);
🚨Poucas expressões faciais, não fazer o primeiro balbucio, não responder ao ser chamado pelo nome ou à tentativas de interação aos 6 meses;
🚨Não fazer trocas de turno comunicativas, não balbuciar, imitação pobre, não olhar para onde o adulto aponta ou quando chamado pelo nome, não responder às tentativas de interação;
🚨Com 1 ano não falar pelo menos 2 palavras com função (como mamãe e papai), ausência de atenção compartilhada, apresentar déficits nos comportamentos não verbais como não dar tchau, apontar ou mandar beijos. Não brincar funcional;
🚨Com 18 meses não falar pelo menos 6 palavras com função, não saber partes do corpo, não responder em reciprocidade;
🚨Com 2 anos não fazer frases simples de pelo menos 2 palavras, não se comunicar mesmo que de maneira não verbal, não brincar simbólico.
Em qualquer idade, perda de habilidades adquiridas e prejuízos no funcionamento social são sinais de alerta importantes.
Vale lembrar que atrasos no desenvolvimento motor, embora não façam parte dos critérios diagnósticos, são encontrados em até 79% das crianças com TEA.