O Transtorno Bipolar – TB (alterações de humor com episódios depressivos e especialmente de mania) é relativamente comum entre pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), com uma prevalência de até 27%. Embora essa relação ainda não esteja totalmente elucidada, acredita-se que alguns genes são comuns aos dois transtornos.
O diagnóstico é complexo quando existe a associação entre TB e TEA devido a semelhanças entre alguns sintomas, como, por exemplo, a irritabilidade excessiva e até o humor deprimido.
Nas crianças e adolescentes com TEA, a identificação pode ser mais difícil já que estes nem sempre têm recursos suficientes para expressarem e/ou falarem sobre seus sentimentos, o que pode ser ainda mais delicado se houverem prejuízos importantes na linguagem.
Os pais/cuidadores devem estar atentos a mudanças repentinas de comportamento e/ou a alterações nos padrões de comportamentos que já existiam, como: aumento na fala ou na emissão de sons; mudanças na apresentação da fala (ex.: fala acelerada, sem pausas); episódios de euforia intercalados com episódios de tristeza; irritabilidade e comportamentos mais agressivos; aumento ou retorno de estereotipias; mudanças significativas nos padrões de sono (por ex., sono excessivo e resistência para sair da cama e/ou episódios de insônia); aumento da impulsividade; maior distração; aumento na frequência de rituais; fome excessiva, entre outros.
É essencial que sinais como esses sejam apresentados para o médico que já acompanha a criança/o adolescente para que, se diagnosticada, seja tratada esta comorbidade, que pode em muito prejudicar aquisição de habilidades esperada no tratamento do TEA. O tratamento geralmente envolve medicação (a fim de controlar as variações de humor), intervenções comportamentais e suporte familiar.