Cognição social resume-se à capacidade de uma pessoa identificar e compreender sinais sociais e saber adequar seus comportamentos às mais diversas situações. Inclui habilidades nas seguintes áreas:
– Processamento de emoções: identificar a emoção do outro por meio de expressão facial, corporal, entonação de voz; processar a própria emoção e saber lidar com ela etc.
– Percepção social: julgar e saber como se comportar em diferentes situações; identificar nuances comportamentais; reconhecer a distância que se deve manter em um diálogo; compreensão das regras e convenções sociais etc.
– Teoria da Mente: capacidade de compreender e predizer comportamentos e pensamentos do outro; entender que o que ele sente não é necessariamente o que estou sentindo etc.
– Estilo de atribuição: conseguir estabelecer uma situação de causa e efeito em uma questão emocional, por ex., compreender que a amiga está feliz porque ganhou um presente.
A cognição social se desenvolve na infância e podemos avaliar desde a fase pré-escolar (4-5 anos).
No TEA, a cognição social está comprometida por diversos fatores, como prejuízos relacionados: à linguagem receptiva e expressiva; à generalização (capacidade de aprender algo e conseguir usar esse conhecimento em outras situações cotidianas); ao processamento de emoções, percepção social; uso de Teoria da Mente; à reciprocidade socioemocional, à imitação; ao contato visual, entre outras.
Por tudo isso, é essencial estimular a cognição social entre crianças com TEA, levando em conta seus diversos benefícios para o desenvolvimento, inclusive para a aprendizagem escolar, já que é pré-requisito para habilidades acadêmicas cruciais (prestar a atenção, seguir orientações, solicitar ajuda e cooperar, trabalhar em grupo etc.).
Uma boa cognição social é base ainda para o autoconhecimento, resolver conflitos, expressar sentimentos, lidar com críticas e adversidades e vivenciar da melhor maneira os relacionamentos – habilidades essas essenciais ao longo de toda a vida.