Muitos estudos têm avaliado como o aumento do tempo de exposição a telas influencia no cérebro das crianças e o quanto isso afeta a capacidade delas se desenvolverem plenamente.
A primeira infância é um período muito sensível e rico para o desenvolvimento sensório motor, cognitivo, da linguagem, emocional e relacional, especialmente nos primeiros mil dias de vida – sendo esses determinantes para o amadurecimento e fortalecimento de conexões e arquitetura cerebral.
Até os 2 anos, em especial, a criança vai adquirindo consciência sobre seu próprio corpo, objetos, o outro e o ambiente pela observação, exploração, imitação e, particularmente, pelos sentidos. Assim, o uso de telas para distrair ou acalmar bebês pode prejudicar todo o desenvolvimento, os diferentes tipos de aprendizagem, afeto e emoções.
É essencial nesta fase, assim como em outras, a criança aprender usando seus sentidos em 3D e não, simplificadamente, em 2D, como as telas oferecem. Uma criança precisa de exemplos concretos para que aprenda e se desenvolva da maneira esperada, ou seja, é necessário que ela veja, toque e seja tocada, ouça, sinta gostos e cheiros, experiencie sensações para que, assim, aos poucos, construam-se e fortaleçam-se suas conexões e seu pleno desenvolvimento.
Em qualquer idade, tempo excessivo frente às telas diminui ou até mesmo anula oportunidades de praticar habilidades interpessoais, de vínculo, motoras e de comunicação.
Durante todo o desenvolvimento cerebral, quanto maior o tempo de exposição às telas, pior o desempenho cognitivo.
A infância em especial exige uma riqueza de estímulos que não devem ser restritos ao brilho das telas e ao ambiente digital, elas devem brincar, vivenciar experiências ao ar livre, ouvir o som das pessoas e ambiente ao redor, sentir carinho, cuidado, amor e proteção, entre outros.