Quando brincamos com nossos filhos, podemos avaliar uma série de fatores que indicam ou não prejuízos na comunicação, na interação social, nos comportamentos e no desenvolvimento neuropsicomotor da criança, dando pistas importantes sobre a possibilidade de eventuais condições do neurodesenvolvimento como autismo entre outras.
Durante o brincar podemos observar, por exemplo:
– A capacidade de dar funções adequadas aos brinquedos e utensílios;
– Falhas na imaginação, na capacidade de abstrair, de imitar, de brincar de “faz-de-conta”;
– Preferência por um único brinquedo ou determinada brincadeira;
– Se há dificuldade em compartilhar brincadeiras especialmente se houver crianças da mesma idade, se demonstra prazer em brincar com o “outro”;
– Se apresenta preferência por brincar sozinho e isolado dos demais;
– Dificuldade em compreender jogos, regras e comandos;
– Se há habilidade em nomear e dar significado aos brinquedos, brincadeiras;
– Se reconhece seu nome e atende quando chamado;
– Repertório verbal. Se a criança ainda não tiver desenvolvido a comunicação verbal, podemos observar sua comunicação não verbal como apontar para o que quer, gesticular com intenção comunicativa;
– Se reconhece partes do seu corpo ou de um boneco ou “bichinho”;
– Conseguimos observar questões de coordenação motora fina e grossa durante brincadeiras como encaixes, quebra-cabeça, quando brincam de “comidinha”;
– Atividades de colorir, desenhar nos dão pistas motoras e podem nos auxiliar no entendimento da relação da criança consigo mesma e com seu universo;
– Se consegue alternar de uma brincadeira para outra sem se mostrar irritada com mudanças repentinas;
– Presença ou não de estereotipias;
– Podemos ainda observar questões de hipersensibilidade, se a criança tem, por exemplo, problemas com texturas, temperaturas, cores, odores, ruídos do ambiente;
– Se é desatenta ou apresenta hiperfoco (quando se concentra demais em determinada atividade com dificuldade na atenção compartilhada);
– Como a criança senta, se levanta, anda, corre também nos fornece dados relevantes sobre seu desenvolvimento, tônus e força muscular, coordenação, propriocepção ( ex.sentar em W, marcha na ponta dos pés ou com base alargada);
– Alterações visuais, táteis, auditivas, gustativas também podem ser avaliadas em uma brincadeira;
– Agitação e inquietude excessivas, impulsividade, agressividade são comportamentos que facilmente ficam evidentes, se presentes, durante uma brincadeira.
Você ainda tem dúvidas do quanto é importante brincar com seu filho?! .
Além de oferecer pistas sobre o desenvolvimento da criança, o brincar é uma importante ferramenta terapêutica. Durante a brincadeira (dirigida ou não), conseguimos fazer com que a criança desenvolva muitas habilidades e autonomia, além de reforçar o vínculo entre pais e filhos.
Mamães e papais, no momento de brincar com seus filhos, estejam inteiramente com eles e desfrutem desse momento de intenso amor e aprendizado!!!