Embora hoje num cenário de maior conscientização, ainda há muito preconceito quando o assunto é autismo… Nem sempre por falta de sensibilidade, mas, acredito, muito mais por falta de informação.
Isso pode levar pessoas a dizerem erroneamente frases como, por exemplo, “agora autismo está na moda”, “todo mundo é um pouco autista”, entre outras.
Ao longo dos últimos anos tem sido observado um aumento significativo no número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Uma a cada 36 crianças de até 8 anos está no espectro autista, de acordo com os dados mais recentes do CDC (Centro de Controle de Prevenção e Doenças), do governo dos EUA. Trazendo essa estimativa para o nosso país, teríamos cerca de 5,95 milhões de autistas no Brasil.
Temos hoje, inclusive, um número maior de pessoas se descobrindo autistas somente na vida adulta.
Tudo isso é reflexo, entre outros pontos, da melhora dos critérios diagnósticos do TEA com a 5ª revisão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), além da maior conscientização a respeito das características do espectro autista entre a sociedade como um todo, e de profissionais mais capacitados para seu reconhecimento.
Ou seja, a ciência avançou, temos cada vez mais conhecimento e dados acerca do TEA, mais profissionais e pessoas envolvidas nessa causa; a sociedade tem mais espaço para se informar… E tudo isso nos coloca num ambiente mais favorável para o reconhecimento de sinais do TEA e/ou de que algo no desenvolvimento do bebê/da criança não está ocorrendo como o esperado mais precocemente. E nos permite, assim, também intervir precocemente, independentemente do diagnóstico fechado, aproveitando a rica neuroplasticidade que ocorre na infância.
Não, autismo não é moda. Talvez não tenhamos mais pessoas com TEA, mas temos mais pessoas diagnosticadas corretamente com TEA!
Sim, o TEA, a neurodiversidsde, sempre existiram, e que bom é termos cada vez mais informações e ferramentas para reconhecermos essas condições. Embora, é claro, ainda estejamos longe do cenário ideal.
Um diagnóstico não é uma sentença, é um ponto de partida para uma caminhada que será peculiar, mas que tem potencial para ser bem amparada, orientada numa sociedade que compreende e acolhe o espectro autista!
Temos hoje muitas pessoas diagnosticadas, mas temos também muitas outras ainda sem diagnóstico, enfrentando os desafios que essa condição impõe sem suporte, sem reconhecimento, com suas qualidades de vida inevitavelmente afetadas.
No dia de hoje, no mês de abril, no ano inteiro… Vamos falar mais e mais sobre TEA! Esse é o caminho!